ENTREVISTA A REVISTA VIDA

Dono de um estilo único, Cage One é daquelas pessoas que não consegue agradar a gregos e troianos, por motivos diversos. Começou o salto para as luzes da ribalta quando ainda era dançarino do conceituado grupo, SPP.
Depois passou para o projecto musical 2.1. com Repetile em que, por desavenças, tiveram de desfazer o projecto. A sua curta passagem pelos Warrant B não foi em vão, mas foi nas mãos de Big Nelo que se abriram as portas para o grande sucesso. Preparando agora o seu segundo álbum de originais Angolan Young Hero, o rapper concedeu-nos uma entrevista.

Como e quando foi 
o seu primeiro contacto 
com o rap?
Já nem me lembro, foi muito cedo acho que aos meus 8 anos. Aprendi desde cedo a gostar das rimas.

Quais foram a
s suas referências?
Sempre gostei muito 
do Tupac, Notorious BIG, Method Man. Os grandes rappers americanos dessa altura marcaram-me.

Qual é a origem 
do nome “Cage One”?
Este nome surgiu por causa das batalhas de freestyle. Gostei do nome e ficou.

Como foi a tua passagem pelos Warrant B?
Os Warrant B têm boas músicas. O grupo é formado por boas pessoas mas era apenas um projeto e nada mais.
Quem foi para si o grande impulsionador da sua carreira?
Devo dizer que foi Big Nelo. Tenho que admitir isso.

Qual foi verdadeiro pretexto do fim da ligação entre B-26 e o Cage?

O meu mais novo disco, Angolan Young Hero, está pronto para arrasar o mercado.

Quero deixar claro que ninguém me despediu dos Warrant B e da B-26. Saí por insatisfação. Foi bom trabalhar com o “kota Nelo”, aprendi a ser disciplinado e determinado, razão pela qual me mantive de pé quando muitos pensaram que não fosse continuar.

A quem atribui o sucesso 
do seu primeiro álbum?
Se tiver que distribuir as responsabilidades do sucesso do álbum, devo dizer que tanto eu, com as minha liricas, como o marketing feito pelo Big Nelo “somos culpados”. Ambos os lados contribuiram e também a diferença em relação a tudo que existia no mercado e a minha atitude em palco, na media em geral foi o fundamental.

Angolan Young Hero, 
o seu segundo álbum, está pronto para ser lançado?
Sim, daqui a pouco ele estará no mercado angolano. Sou um caminho a seguir uma vez que venho duma família pobre. Sem muitos recursos. Lutei sozinho até conseguir chegar aonde cheguei. Sou a prova que por mais que a vida seja dura podemos superar. Do gueto às ruas, das ruas para os palcos. Dos palcos para o mundo.

Em termos de participações quem teremos no seu próximo álbum?
Desta vez deixei o meu ego de lado e procurei fazer algo diferente. No álbum tenho Nelson Freitas, Pérola, Matias Damásio, Jd, Nicol, Edmásia, Paulo Cabonda, P. Block. E já agora a minha nova label
Skinny Team. Muitas surpresas.

A fama mexe consigo, 
Cage One? Como analisa 
o facto de hoje ser ‘ídolo’ 
de milhares de pessoas?
Fui feito para isso e adoro cada dia que passa. Saber que posso mudar vidas, principalmente pessoas nos guetos é óptimo. Sendo também uma responsabilidade acrescida como é evidente.

Como lida com a fama e a repercussão do seu trabalho?
Não tento agradar a gregos, 
e sei que não agrado a troianos. A vida é feita de opções, cada um tira o que quer das experiências e acontecimentos, sempre foi assim e sempre será. Só temos de ser fortes e capazes.